terça-feira, 17 de maio de 2011

O parto

No dia 04/05 completei as 40 semanas e fui à consulta semanal com a GO que falou que dificilmente Isabela encaixaria e que eu deveria esperar até sexta-feira para então decidir entre marcar cesária ou aguardar um pouco mais. Disse para ela que de toda forma eu queria esperar até as 41 semanas (11/05) que era o prazo final e se nada acontecesse eu marcaria a cesária para dia 12.

Nesse dia eu chorei muito. Não era assim que eu queria que minha filha nascesse. Eu sempre falei pra todo mundo que não faria de forma alguma uma cesária eletiva, que esperaria Isabela escolher o dia de nascer.

Eu já estava fazendo todo o possível para entrar em trabalho de parto, mas não dependia de mim. Na sexta-feira nAda tinha mudado, mas eu já estava me acostumando com a ideia de fazer a cirurgia... No sábado a GO sugeriu uma sessão de acupuntura com a doula e eu fui. Já tínhamos combinado de aguardar mesmo as 41 semanas e fazer a cesária somente na quinta-feira caso não entrasse em TP.

Domingo de manhã, antes das 7h, acordei com vontade fazer xixi. De repente sinto uns jatos de água e pulo da cama pra não molhar o lençol. Sabia que tinha entrado em TP. Olhei a coloração do líquido, todo branquinho, e chamei Marcelo que pulou da cama assustado. Liguei pra GO que pediu para eu ir ao consultório dela. Lá mesmo eu já comecei a sentir as contrações, que não eram doloridas, totalmente suportáveis. No consultório ela falou que a bolsa não tinha estourado, era apenas uma membrana, mas que definitivamente eu estava em TP.

Voltei para casa com a incumbência de monitorar as contrações e ligar pra GO quando estivessem de 5 em 5 minutos. Perto do meio-dia eu estava sentindo as contrações doloridas de 5 em 5 minutos e fui para o hospital ser internada. Passei boa parte da manhã no chuveiro curtindo cada dor que vinha, feliz porque finalmente havia chegado a hora de conhecer minha cotoca.

No hospital fiz o toque que detectou somente 1cm de dilatação. Fiquei um pouco preocupada nessa hora, mas a GO avisou que como eu tinha perdido líquido não dava pra voltar pra casa porque ela tinha que monitorar a bebê. As contrações foram se intensificando, a doula chegou e me colocou na banheira com a bola e eu ia curtindo e sentindo as dores. Perto das 16h fiz outro toque, estava com 4cm, e os batimentos da bebê se alteraram um pouco (a GO só me falou isso depois).

As dores eram muito fortes e estavam vindo uma depois da outra. A doula sugeriu outra sessão de acupuntura para ver se a dilatação aumentava. Fiquei mais de 20 min deitada sentindo as contrações seguidas, que minha GO disse ser do final do TP, depois ainda passei mais alguns minutos na bola suíça... Infelizmente nada disso adiantou e minha dilatação não aumentou. Eu já estava no meu limite, pedi que fosse dada analgesia, mas a GO falou que com 4cm a analgesia ia estagnar o TP.

Com todo esse cenário, a GO avisou que havia indicação clínica para a cesária e eu tive que ceder. Já estava há mais de 1h sentindo uma contração seguida da outra, o coração da Isabela já estava se alterando (chegou a 164bpm quando o limite máximo é 170bpm) e a cabecinha dela não descia para a dilatação evoluir... Fui para a faca.
A cirurgia foi super tranquila. Assim que Isabela nasceu foi para o meu peito e mamou. Ela ficou comigo o tempo todo, só quando a GO acabou de dar os pontos que a pediatra tirou minha filha para pesar, medir e fazer os procedimentos todos. Apesar de tudo, tive uma “cesária humanizada”.

No começo eu fiquei decepcionada, especialmente porque as dores dos pontos me impediam de cuidar da minha filha. Isso acabou comigo nos dois primeiros dias. Eu tive que fazer a cirurgia, mas não aconselho pra ninguém essa tralha. Cesária não é tranquilinho como a maioria faz parecer. È de fato uma cirurgia e o pós-operatório é um saco, especialmente porque você tem que cuidar do serzinho mais importante da sua vida e não consegue porque o organismo não permite.

Agora que os pontos não doem tanto, que eu já consigo me virar bem, pude escrever o relato. Confesso que tenho um pouco de inveja das mulheres que conseguiram o PN, mas tenho a consciência tranquila de que tentei, até o fim. Minha princesa Isabela tem saúde, mama muito, não tive qualquer problema com a amamentação. Acredito que foi porque passei por todos os estágios do TP, meu organismo recebeu a descarga hormonal completa, mas a filhota não nasceu pela via baixa porque não conseguiu encaixar (nem a GO entendeu o motivo, falou que o cordão era longo, não estava enrolado e eu tinha a bacia boa para a passagem...).

Como eu praticamente passei pelos dois tipos partos, posso garantir que ainda prefiro as dores das contrações às dores dos pontos. Toda essa estória só me fez ter mais certeza que minha decisão pelo PN foi a mais acertada possível. Meu próximo filho virá dessa forma. Rsrsrsrsrsrsrs

Estou completamente apaixonada pela Isabela. É a neném mais linda do mundo. Depois do parto eu olhei para o Marcelo e falei que eu queria ter mais uns cem iguais. Procriar foi a coisa mais importante da minha vida, não sei de onde pode vir tanto amor. Estou ainda mais apaixonada pelo marido, pelos meus pais e familiares e especialmente pela filhota. É muito amor, muito mesmo.

Vejam que gostosura de gente.

2 comentários:

  1. querida, parabéns! estou emocionada com o seu relato e, embora não tenha sido 100% do jeito que você sonhou, o mais importante aconteceu: ela decidiu a hora de nascer, vc fez td que estava ao teu alcance pra que isso acontecesse com td respeito e amor possíveis e a amamentação vai bem!

    parabéns pela pequena!!

    beijão

    ResponderExcluir
  2. como ela é lindaaa! parabéns pela filhona! e parabéns tbem por ter tentado até o final pelo PN... como eu disse antes: o importante é que a Isabela está bem e vc tbem! bjos
    Ich, Hausfrau
    www.ich-hausfrau.com.br

    ResponderExcluir